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AUSÊNCIA

Não é saudade Que passeia aqui. Talvez um vazio De cama  esquecida. Um barulho familiar Que  já não se ouve. São rimas de saudade Que despertam de cada Detalhe do passado. MônicaFSSoares

CANTEIRO

Lá fora ouço O estralar do verso: São canteiros meigos De sorrisos infantis. Que brincam de rimar De aderir Pensamentos absurdos De um poeta gelado. MônicaFSSoares

O ATO DA POESIA

"Poesia é o acaso do amor na eutanásia da recordação." Croce

NÃO SEI ...

                                                                                                         Para meu Leo Não sei o que dizer do amor Que  me encanta ... Por enquanto as dores passeiam  sorrindo ... Acordo dentre as madrugadas Para  sentir o perfume Que me envolve ... Ainda assim, Não sei o que dizer do amor Que me encanta.... Não sei ... 01/1990 MônicaFSSoares

É NOITE !

É noite e os poetas Acordam... O espírito poético Suaviza o ar que respiro. É noite e os poetas Acordam ... Suas mãos pesadas Cravejam o papel de piadas. É noite e os versos Transbordam... É no  silêncio da noite Num quase nada Que vivem os poetas!

LONGE

Longe escuto o grilar Do devaneio. Longe escuto o latir Do desespero. Mais longe um coração Dorme solteiro. Longe,longe,longe O mar me acalma O medo. MônicaFSSoares

INTERIOR

Uma inteiridade Se apossa de mim Despedaçando os blocos Que passeiam sem roupas, Despidos de cor,de cheiro,vazios... Esta inteiridade Me assombra! Tenho tentado retê-la Ou simplesmente contê-la ... Mas minhas partes Não se mostram, Não se moldam. Tudo que sou é tão sólido, Tão compacto. Que não sei se tornei-me mundo Ou apenas um pedaço Detalhado de tudo. Mônica FSSoares

SILÊNCIO

    Para Cecília Dentro de mim Há um silêncio Constante. A sobreerguer Os versos... Dentro de mim o silêncio Toca o vento... E a lira esquecida Num canto Suspira melodias Infantis, Aspira um cheiro Bom de orvalho. Sinto tudo delirar Em prantos, Revolvendo A poeira triste, Assoprando Meus dedos finos. O tempo ainda É tempo E lá fora O silêncio eterno Está sólido. Aqui  dentro, Está solto, Vagando... Pondo flores Nos vasos Pondo cheiro No verso Vazio e calmo ... MônicaFSSoares

JANELA

Janela é palavra Que significa viver. Há janelas em Muitas janelas. São pedaços de almas De tantas almas. Uma parte é fria Parada de se vê, Outra é vida De se viver. MônicaFSSoares

PERGUNTAS

Fiz tantas Perguntas!!! Que Quase Me esqueci . MônicaFSSoares 23/5/2011

CORAÇÕES PASSARINHO

                                                                               A Cecília e Elson Quando dois corações Se reconhecem O impacto  ás vezes É arredio. Mas o tempo devagarinho Quebra as correntes E os dois corações Voam juntos Como dois passarinhos ... Quando dois passarinhos Se aninham O estar nunca É sozinho. A vida constrói Armadilhas. O tempo esculpe O ninho E os dois dormem Sempre juntinhos. MônicaFSSoares 23/5/2011

FALTA

                                                                                                                     a Selma e Leo Sinto falta de um Ouvir amigo... Só a poesia apóia O meu triste viver de fim. Ouvir o soluço do choro Da voz quebrada No ritmo alucinado da vida Que parte sem o seu viço. Ser capaz de levantar As pálpebras pesadas Num abraço de borboletas Todas simples e coloridas. Sinto falta do olhar Do distante amigo Capaz de entender No meu olhar Tudo o que eu digo. MFSS em 27/8/10

VERME

Neste momento os pássaros,aqui, Já não cantam ... Já não existem ... Sinto a luz obscurecer os sentimentos, Sinto de leve a mão do tempo Tocar-me o rosto. A úmida parede afaga-me Em lembranças conturbadas Por um odor de carne fétida Por um odor de saudade espontânea ... A terra escorrega livre... Os homens passeiam livres ... Procuram os braços, as pernas ... perdidos! Os homens não procuram o verme Que a vida em mim fez nascer. MFSS  em 1988, as vitimas de uma tragédia no Brasil,             em 2011, as vítimas  do terremoto no Japão.

RETA

Seguimos sempre Sem nos olhar. O tempo passa Num relance Esmagador... Que não dá pra Diluir o que Ficou... E assim a pouca Humanidade Esvazia-se de nós. O que somos? Que herança deixaremos ?!

CHUVA

Gostaria de não ver o planeta Chorando a nuvem negra que derrama ! Chuva fina,pesada, Chuvisquinho tímido,em outras Torrentes de água a desabar Sobre os mundos. Uma carga poderosa é a natureza! Carrego-a nos braços, não nos ombros Pelo apreço,pelo cuidado, Pelo esmero e pela solidão... Uma fria sensação de gelo Me toma, será a chegada do fim? Cada vez mais amarga, Cada vez mais revoltada Tem se mostrado malvada A nossa natureza! Fria e pesada Ela cai,cai ... Não importa Quem vai,vai ... Apenas se mostra Mais, mais ... E mais. MFSS em 3/7/2010