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Mostrando postagens de março, 2011

FALTA

                                                                                                                     a Selma e Leo Sinto falta de um Ouvir amigo... Só a poesia apóia O meu triste viver de fim. Ouvir o soluço do choro Da voz quebrada No ritmo alucinado da vida Que parte sem o seu viço. Ser capaz de levantar As pálpebras pesadas Num abraço de borboletas Todas simples e coloridas. Sinto falta do olhar Do distante amigo Capaz de entender No meu olhar Tudo o que eu digo. MFSS em 27/8/10

VERME

Neste momento os pássaros,aqui, Já não cantam ... Já não existem ... Sinto a luz obscurecer os sentimentos, Sinto de leve a mão do tempo Tocar-me o rosto. A úmida parede afaga-me Em lembranças conturbadas Por um odor de carne fétida Por um odor de saudade espontânea ... A terra escorrega livre... Os homens passeiam livres ... Procuram os braços, as pernas ... perdidos! Os homens não procuram o verme Que a vida em mim fez nascer. MFSS  em 1988, as vitimas de uma tragédia no Brasil,             em 2011, as vítimas  do terremoto no Japão.

RETA

Seguimos sempre Sem nos olhar. O tempo passa Num relance Esmagador... Que não dá pra Diluir o que Ficou... E assim a pouca Humanidade Esvazia-se de nós. O que somos? Que herança deixaremos ?!

CHUVA

Gostaria de não ver o planeta Chorando a nuvem negra que derrama ! Chuva fina,pesada, Chuvisquinho tímido,em outras Torrentes de água a desabar Sobre os mundos. Uma carga poderosa é a natureza! Carrego-a nos braços, não nos ombros Pelo apreço,pelo cuidado, Pelo esmero e pela solidão... Uma fria sensação de gelo Me toma, será a chegada do fim? Cada vez mais amarga, Cada vez mais revoltada Tem se mostrado malvada A nossa natureza! Fria e pesada Ela cai,cai ... Não importa Quem vai,vai ... Apenas se mostra Mais, mais ... E mais. MFSS em 3/7/2010